Por que não podemos servir a Deus e ao dinheiro?
Servir a Deus e ao dinheiro é possível? No conteúdo de hoje vamos explanar o assunto e trazer luz e entendimento sobre o por que não podemos servir a Deus e ao dinheiro. Este artigo é o primeiro de cinco que serão publicados ao longo de 2023 sobre o tema “Economia do reino, mordomia cristã e generosidade”, assinados por Brian Heap, Fabio Marques, CFP® e Gustavo Ipolito Jr, na Revista ULTIMATO. Todos nós temos histórias que podemos compartilhar sobre o dinheiro em nossas vidas. Algumas histórias são felizes e outras tristes; histórias de escassez e outras de abundância; histórias de grande liberdade e outras de grande vulnerabilidade; histórias pessoais e outras histórias da vida em comunidade etc. Quais são suas histórias? Nossas histórias e relação com dinheiro Eu me recordo de uma história sobre dinheiro da minha infância. Foi o primeiro Dia das Crianças que eu tive a consciência de que eu não iria ganhar um presente. Meus pais haviam decidido que eu e meus irmãos já tínhamos tudo que precisávamos e ainda mais. Então, alguns dias antes do Dia das Crianças, nós saímos para comprar um presente para os filhos de uma família que não tinha condições de comprar. Acredito que eu tenha ficado frustrado ao perceber que eu não receberia um presente, mas confesso que não lembro desse sentimento. O que está gravado em minha memória é a alegria daquelas crianças que experimentaram o inesperado e uma amizade foi construída entre nossas famílias. Muitos anos depois eu fui entender por que aquela experiência ficou gravada em minha memória. Num mundo que valoriza o uso do dinheiro de forma impessoal, para conseguir suas vontades sem ter que submeter a relacionamentos, aquele momento foi uma afronta não ao dinheiro, mas a Mamon. Mamon é um termo que tem estado ausente em muitos dos nossos ambientes cristãos, embora seja o nome pessoal que Jesus Cristo deu ao dinheiro (Mateus 6:24). Falamos bastante sobre dinheiro na Igreja (dízimos, ofertas, projetos, missões etc.), mas raramente temos discutido o que Mamon está tentando fazer com o nosso mundo. Servir a Deus e ao dinheiro? Impossível! O teólogo e autor Andy Crouch escreve que a promessa mais sedutora de Mamon é a vida abundante sem dependência, é satisfazer os desejos do nosso coração com dinheiro sem a necessidade da reciprocidade ou relacionamentos de lealdade. A promessa de Mamon é extremamente perigosa por três motivos: 1- Primeiramente, porque realmente vivemos num mundo onde quase todos nossos desejos e necessidades podem ser comprados com dinheiro. 2- Em segundo lugar, porque o apelo é feito ao nosso coração, que sabemos ser enganoso e desesperadamente corrupto (Provérbios 4:23). 3- Em terceiro lugar, muitas vezes, as intenções do nosso coração não são imediatamente visíveis. Então, quem pode sondar o coração do homem? Na superfície, compartilhamos nossas histórias sobre dinheiro, mas raramente compartilhamos as nossas lutas com Mamon. E essas lutas acontecem em todos os lugares. É o pastor que diz não querer que o membro se afaste da fé, mas no íntimo está preocupado com o dízimo que a Igreja deixará de receber. É o profissional que não pode deixar a empresa corrupta onde trabalha, porque não terá condição de manter o padrão de vida ao qual sua família tem se acostumado. É o empresário que não “dá a César o que é de César” e justifica com o fato de o governo ser corrupto, mas não reconhece também os erros de gestão e ganância do próprio coração. É o olhar em outra direção diante das necessidades sociais, preferindo a pergunta “O que será de mim, se eu ajudar?” ao invés da pergunta “O que será deles, se eu não ajudar?”. É um coração sempre muito tentado pela próxima novidade/oportunidade, sem perceber o custo cobrado sobre sua própria alma. Mamon é uma potestade e por isso Jesus deixa claro que não é possível servir a Deus e Mamon. Como podemos proteger o nosso coração diariamente dos esforços de Mamon? Sugiro quatro princípios bíblicos para blindar nosso coração. 04 princípios para blindar nosso coração dos apelos de Mamon 1. Lembrarmos que somos mordomos e não donos. a. Aquilo que temos são recursos dados por Deus para objetivos dados por Deus. b. O coração do mordomo não está no dinheiro, porque o dinheiro não é dele. O coração está em Deus, porque a Ele tudo pertence (Salmos 24:1). 2. Exercitarmos o contentamento. a. O contentamento não é o que teremos quando algo acontecer (futuro), mas o que experimentamos na provisão do pão nosso de cada dia (presente). b. O coração contente tem disposição de ser generoso ao invés de sempre desejar melhorar o seu padrão de vida. 3. Aplicarmos a sabedoria bíblica. a. A sabedoria bíblica é verdadeira, atemporal, transcendente e relevante. b. O coração que cultiva a sabedoria bíblica não precisa achar “jeitinhos” e nem apressar o resultado, e, portanto, é menos suscetível à corrupção. 4. Vivermos uma fé genuína em Deus. a. A fé genuína em Deus é uma mão aberta, que permite Deus colocar e tirar o que Ele quiser, entendendo que tudo é um processo para amadurecer a soberania Dele em nossas vidas. b. O coração cheio de fé nos liberta da pressão do “aqui e agora” dos produtos financeiros, ampliando nossa perspectiva de Deus e visão do futuro. Adentremos o dia a dia desse mundo, controlado por Mamon, com corações fortalecidos para levar uma mensagem diferente sobre o dinheiro. Uma mensagem exatamente oposta ao desejo de Mamon de destruir a pessoalidade da criação, mas totalmente alinhada com os propósitos de Deus que em Cristo está reconciliando o mundo consigo e nos fazendo embaixadores dessa reconciliação. Buscando orientação sobre como planejar e investir corretamente seus recursos, sem se tornar escravo do dinheiro, mas sendo um bom mordomo dele? A Bridgen pode te auxiliar nessa jornada. Brian Heap é marido, pai, pastor, palestrante, fundador da O SUFICIENTE, sócio da Bridgen Planejamento Financeiro, membro de conselhos e aficionado por jogar tênis.
Dívidas: Como sair desta fria?
Está preocupado com as dívidas? E que tal se preparar para sair desta fria? Primeiro, vamos entender o contexto das dívidas e como você foi parar nele ou está a caminho. Continue a leitura! A real. Sabe aquele desânimo que surge quando você se dá conta de que está começando o ano já endividado? A dívida é uma realidade do cotidiano da maioria das famílias brasileiras. O comportamento de consumo do brasileiro demonstra que grande parte das famílias abre a porta da frente para convidar o hóspede “dívidas” para dentro de casa. De acordo com a pesquisa da OECD em 2021, o brasileiro acumulou em dívidas um valor real que representa por volta de 52% de sua renda anual. É claro que o endividamento não é exclusividade do brasileiro, mas presente em quase todos, senão em todos, os povos. Por exemplo, neste mesmo estudo da OECD, consta que na Suíça a dívida acumulada do cidadão chega a representar mais de 220% de sua renda anual! Me engana que eu gosto!!! Você está endividado e ao terminar de ler este primeiro parágrafo ficou mais tranquilo, porque chegou à conclusão ERRADA de que sua situação não está pior do que a do seu xará lá na Suíça. Por que esta conclusão está tão errada? Falta uma informação muito importante no contexto do primeiro parágrafo que é a seguinte: quando o brasileiro abre a porta da frente para as dívidas, as dívidas entram de mãos dadas com outros visitantes não convidados, os JUROS ALTOS! Na questão de juros, o Brasil está numa categoria bem diferente da Suíça. Enquanto a Suíça tem a menor taxa de juros em empréstimos do mundo, o Brasil tem a quarta maior taxa de juros do mundo!!! De acordo com o Banco Mundial, os juros no Brasil em 2020 foram de 29,04%. A urgência? A dívida sempre é uma hipoteca do futuro! A dívida exige de você tempo e recursos, hoje e amanhã. A pandemia do COVID-19 nos mostrou quão frágil é a situação quando você não tem uma reserva. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio, em dezembro de 2021 o Brasil chegou a 76,3% das famílias endividadas. O ano de 2021 registrou o maior patamar dos últimos 11 anos. Você faz parte desta estatística? Retomando o futuro! O que acha de eliminar as dívidas da sua vida e espantar o desânimo para longe de sua casa? Em seguida, vou apresentar um cenário normal de pagamento mensal de parcelas e comparar com duas estratégias testadas e comprovadas para eliminar dívidas: “bola de neve” e “avalanche”. Estratégias para eliminar as dívidas e sair desta fria Vamos para um exemplo! Imagine que você está com três dívidas conforme tabela abaixo: Incomoda pensar que no final de quatro anos você terá pago quase R$19 mil só de juros? E se você conseguisse reduzir o tempo de endividamento de 48 meses para 17 meses e de R$19.000 para R$11.000, te interessa? O poder da estratégia!!! As duas estratégias de eliminar dívidas a seguir são muito simples de implementar. O maior desafio é a disciplina de seguir a metodologia até a conclusão. A boa notícia é que a conclusão será bem antes dos 48 meses que irá demorar se você seguir o tradicional pagamento mensal de parcela. Existem basicamente quatro passos a serem seguidos para implementar tanto a estratégia “bola de neve” como a estratégia “avalanche”. Os quatro passos são: Pague a parcela mensal de cada dívida. Defina um valor mensal adicional para dívidas. Faça a priorização das dívidas. Use dinheiro de dívidas para dívidas. Agora vamos entender como estes passos são aplicados nas duas estratégias recomendadas. Bola de Neve Este nome surge no EUA, inspirado na prática de fazer bolas de neve. Na neve você começa com uma pequena bola e na medida que vai rolando a bola, ela vai acumulando mais neve e ficando cada vez maior. No pagamento de dívidas, a ideia é que você começa com um valor pequeno para quitar dívidas e, na medida que vai quitando as dívidas, o valor disponível para aplicar na próxima dívida aumenta. Neste caso, a “bola de neve” é o valor que você tem disponível para aplicar em dívidas. Aplicando esta técnica para as dívidas, a ideia é que você escolha primeiro a menor dívida. No nosso exemplo acima, seria o empréstimo pessoal no valor de R$4.500. Então você irá pagar todas as três parcelas mensais de dívidas e, além disto, pagar um valor mensal adicional de R$300 no empréstimo pessoal. Quando terminar de pagar o empréstimo pessoal, você irá aplicar o valor da parcela mensal do empréstimo pessoal mais o valor mensal adicional à próxima menor dívida, assim aumentando o valor (bola de neve) que você tem disponível para aplicar em dívidas. No exemplo acima, a próxima menor dívida será a dívida de cartão de crédito. Então você passará a pagar a parcela mensal do cartão de crédito mais a sua “bola de neve”. Finalmente, após quitar a dívida do cartão de crédito, você irá aplicar todos os valores em cima do financiamento do carro. Então você passará a pagar a parcela mensal do carro mais a sua bola de neve que cresceu ainda mais com os valores do empréstimo pessoal, cartão de crédito e valor mensal adicional. O resultado desta estratégia pode ser visto em comparação com a abordagem tradicional de pagar a parcela mensal na tabela abaixo: A conclusão da estratégia “bola de neve” é uma redução de 48 meses para 18 meses de dívida e uma economia de R$5.596,68!!! Avalanche A segunda estratégia também está inspirada na neve. Deve ser porque é uma fria entrar em dívidas! Numa avalanche, o movimento de uma pequena quantidade de neve que está suportando uma quantidade muito maior de neve acaba por trazer todo o volume da neve para baixo da montanha. Aplicando este conceito para dívidas, a ideia é escolher qual dívida você deve mexer para acelerar a queda de todas as dívidas. Então, semelhante à estratégia “bola de neve”, inicialmente será um volume pequeno de dívida quitada que fará com que a estratégia “avalanche” consiga derrubar toda a dívida.
Planejamento Financeiro em Tempos de Crise
Planejamento Financeiro em Tempos de Crise. Como é difícil falar sobre dinheiro! Ainda mais em tempos de crise. Falar a respeito de dinheiro nunca foi fácil, ainda mais em tempos de crise como a que atravessamos neste exato momento. Numa pesquisa realizada nos Estados Unidos[1], quando perguntadas sobre qual tema do dia-a-dia tinham maior dificuldade para conversar, 44% das pessoas entrevistadas responderam “finanças pessoais”! Outros temas como morte, política e religião registraram percentuais inferiores deixando claro que o tema “dinheiro” merece uma atenção especial. O fato é que o dinheiro está relacionado a aspectos muito mais íntimos de nossa existência. Podemos dizer que o dinheiro está diretamente relacionado às questões do coração, entendendo o coração humano como sendo a essência do que somos, englobando mente, afeições e vontade. Talvez daí surja a dificuldade natural em torno do tema, pois a nossa relação com o dinheiro pode ser bastante reveladora em relação às nossas paixões, prioridades, motivações. Experiências passadas, traumas e frustrações podem se refletir de formas variadas quando lidamos com dinheiro. Gastos compulsivos, no intento de superar carências ou de manter as aparências de que tudo vai bem. Ou o medo de um futuro incerto, ou o desejo (e a ilusão) de se controlar o incontrolável, que leva à mesquinhez de quem acredita que “poupar” cada centavo será a solução para todas as dúvidas que o futuro pode trazer. Tempos de crise tornam ainda mais agudo o desconforto emocional causado pela incerteza, insegurança e medo em torno de tudo aquilo que a nossa condição financeira pode representar. Como reagir a essa potencial pressão e onde encontrar um porto seguro, critérios sólidos e bem fundamentados para as nossas decisões financeiras? Vou usar uma comparação entre o termômetro e o termostato para ilustrar o que acredito ser um primeiro passo importante para nos posicionarmos diante dos desafios que os tempos de crise impõem. Veja que o termômetro é um instrumento caracterizado pela sua passividade. Para que ele informe a temperatura, basta que ele repouse inerte e assim teremos as medidas de frio ou calor no ambiente. Ele também acompanhará qualquer alteração da temperatura no local. Diferentemente, o termostato é o instrumento que nos permite definir a temperatura. Sua função é imprescindível para diversas atividades, desde experimentos químicos complexos (incluindo os gastronômicos) até a manutenção de uma temperatura agradável da sala de espera de um consultório médico numa tarde de verão. A questão sobre aceitar passivamente as influências externas ou posicionar-se frente a elas, de forma intencional, é central para encararmos os desafios impostos pela crise a partir da compreensão sobre o que está sob o nosso controle e o que não está. Vale a pena, portanto, listar princípios básicos da boa gestão e planejamento financeiro que, se praticados diligentemente, resultarão numa base sólida e duradoura para sua vida financeira. Tais princípios reduzirão significativamente a incerteza e o medo atrelados à volatilidade tão comum nos momentos de crise e solavancos econômicos, pois lhe permitirão tomar as rédeas de sua vida financeira e reorientá-la com base em seus valores e propósito de vida. Princípios básicos do Planejamento Financeiro para tempos de crise O primeiro princípio básico é gastar menos do que você recebe. Pode parecer irritantemente óbvio, mas posso lhe assegurar que esse é o desvio de comportamento financeiro mais comum verificado entre as famílias que buscam auxílio de um profissional de planejamento financeiro. O descompasso crônico entre receitas e despesas conduz inevitavelmente a uma situação de endividamento financeiro. Este é o segundo princípio básico da boa gestão financeira: evite dívidas. O sábio rei Salomão alerta para o perigo das dívidas, comparando o devedor a um escravo: “Assim como o rico domina sobre o pobre, quem toma emprestado se torna servo de quem empresta” (Provérbios 22:7). Em terceiro lugar, mantenha uma reserva de liquidez. Veja que a constituição de uma reserva financeira só será possível se você for capaz de gerar margem, ou seja, gastar menos do que recebe. É recomendável que este recurso seja mantido em investimentos de alta liquidez. Rentabilidade é importante, mas para esse propósito específico é fundamental que os recursos sejam facilmente disponibilizados mediante eventuais necessidades. Também é fundamental que você estabeleça os seus objetivos de longo prazo. Quais são as suas “linhas de chegada”? Estabelecer, formalizar e alocar esses objetivos na linha do tempo definirá o ritmo de sua vida financeira e trará clareza e segurança para suas decisões em momentos de crise. Esse é um dos papéis fundamentais de um planejador financeiro pessoal, que poderá auxiliá-lo na estruturação deste projeto de vida. E por fim, mas não menos importante, cultive a prática de generosidade. Inclua, de forma intencional, esse tema tão relevante em sua agenda financeira. A crise é real e afeta a todos nós, mas o exercício da generosidade não é exclusividade dos mais abastados, e definitivamente não se limita a aspectos financeiros. Nós, da Bridgen Financial Planning, promovemos uma nova abordagem para o planejamento financeiro pessoal, onde a prosperidade material é apenas um meio, e não um fim em si mesmo. Acreditamos que a nossa riqueza é multiplicada quando compartilhada intencionalmente com quem mais necessita, e que o planejamento financeiro é a ferramenta essencial para catalisar um círculo virtuoso de generosidade e impacto em nossa sociedade. Se você quiser saber mais a respeito dos benefícios do Planejamento Financeiro Pessoal, por favor entre em contato conosco pelo e-mail contato@bridgen.com.br. Será um prazer conhece-lo(a)! [1] Wells Fargo Financial Health Survey 2013