Conexão divina entre fé e dinheiro

Conexão divina entre fé e dinheiro

A conexão divina entre a fé e o dinheiro. Artigo publicado originalmente na Ultimato Online.   A despeito das nossas tentativas de dissociar fé de finanças, Deus as vê de forma inseparável. Por vezes somos levados a criar uma separação entre o sagrado e o secular, entre o espiritual e o carnal, enfim, entre as coisas que se relacionam com Deus e as coisas restritas ao nosso mundo material. Isso também pode acontecer quando pensamos na relação entre fé e dinheiro. Essa dualidade tende a gerar um desengajamento quando nos distanciamos de uma vida piedosa e generosa, fruto da transformação genuína do coração alcançado pelo amor de Jesus. É como manter compartimentos estanques na vida. De um lado a fé e a esperança de um lar eterno, e de outro a manutenção de hábitos e estilo de vida neste mundo, totalmente a serviço de nossas próprias conveniências e conforto. É comum observarmos uma certa inquietação com o trato do tema dinheiro em nossas igrejas, o que é perfeitamente compreensível, uma vez que o simples fato de falarmos sobre dinheiro por si só já é um desafio relevante. No artigo Atribuindo propósito e significado eternos às suas finanças pessoais, abordamos a complexidade de se tratar do tema, já que o dinheiro traz consigo a incrível capacidade de se relacionar a aspectos mais íntimos do nosso coração e revelar traços de nosso caráter. De fato, esse deveria ser o motivo para darmos a importância devida à conexão entre a nossa fé e o dinheiro. Já sabemos que a Bíblia trata sobejamente sobre o tema do dinheiro. No livro The Treasury Principle, Randy Alcorn nos traz insights muito interessantes a respeito do que ele chama “a conexão do dinheiro”. A questão central é a ênfase que o próprio Jesus dá ao tema, ao fazer menção sobre dinheiro e posses materiais em várias de suas parábolas e ensinamentos. Randy Alcorn atesta que mais de 15% de tudo o que Jesus falou está relacionado ao tema dinheiro – mais que todos os seus ensinamentos sobre céu e inferno juntos! Mas qual seria a razão de tanta ênfase a respeito do dinheiro, um tema tão mundano? A resposta é a conexão estreita e fundamental entre a nossa vida espiritual e a forma como lidamos com o dinheiro. A despeito das nossas tentativas de dissociar fé de finanças, Deus as vê de forma inseparável. Vamos às Escrituras para conferirmos essa verdade.   Fé e Dinheiro nas Escrituras Encontramos um primeiro exemplo no relato de Lucas, capítulo 3. O contexto é a resposta de três grupos distintos de pessoas à mensagem veemente e confrontadora de João Batista sobre arrependimento e salvação (ver versículos 7 a 14). No versículo 10, Lucas narra que as multidões perguntavam a João Batista: “O que devemos fazer?”. Para essas pessoas, sua resposta é direta e prática: “Se tiverem duas vestimentas, deem uma a quem não tem. Se tiverem comida, dividam com quem passa fome”. Observe que João Batista não titubeia em relacionar a nova disposição das vidas transformadas pelo arrependimento de pecados ao exercício da generosidade, do compartilhar de bens materiais. O segundo grupo formado por cobradores de impostos também se aproxima de João Batista com a mesma pergunta: “Mestre, o que devemos fazer?”. A resposta é certeira: “Não cobrem impostos além daquilo que é exigido” (v. 12 e 13). Novamente somos surpreendidos pela conexão direta entre o coração e o bolso daqueles que aceitam de forma verdadeira a mensagem de arrependimento e salvação! O terceiro grupo, o de soldados, não foge à regra (v. 14). A mesma pergunta, “O que devemos fazer?”, e o mesmo teor na resposta: “Não pratiquem extorsão nem façam acusações falsas. Contentem-se com seu salário”. Uma abordagem econômica ao que deveria estar sendo tratado no âmbito espiritual, diriam alguns. Mas é exatamente esse o ponto. Em suas respostas, João Batista apenas demonstra a indissociabilidade entre fé e dinheiro. Corações transformados pela fé salvífica são chamados a testificar a respeito de sua nova disposição de vida através do desprendimento das coisas materiais. Caem os ídolos, e Jesus assume a prioridade absoluta assentando-se no trono da vida. João Batista nos ensina que a forma como abordamos as questões relacionadas a dinheiro é central para a nossa vida espiritual. Outras passagens reforçam essa verdade. Como não lembrar da transformação radical de Zaqueu ao ter um encontro verdadeiro com Jesus (Lucas 19.1-10). O chefe dos cobradores de impostos entendeu como o coração transformado pelo amor de Jesus se conecta de forma prática e impactante ao bolso. Num ímpeto de justiça e generosidade, declara que dividiria metade de sua riqueza com os pobres e devolveria quatro vezes mais àqueles que porventura haviam sido explorados na cobrança dos impostos! As palavras de Jesus coroam esse episódio com graça e júbilo: “Hoje chegou salvação a esta casa!” (v. 9). A atitude de Zaqueu em relação às suas posses materiais testifica sobre a transformação radical experimentada pelo seu coração. O livro de Atos relata como os novos convertidos se mobilizavam no compartilhar de seus bens com os mais necessitados (Atos 2.45, 4.32-35). A passagem de Paulo por Éfeso foi impactante ao ponto de levar aqueles que outrora praticavam feitiçarias a queimar em praça pública todos os seus livros de encantamento. Agora, notem o valor dos livros incinerados: cinquenta mil moedas de prata (50 mil dracmas), o que em valores atuais equivaleria a R$ 10 milhões1 (Lc 19.19)! Certamente os mágicos haviam encontrado o seu verdadeiro tesouro! Por fim, vale também destacar o encontro de Jesus com um jovem rico (Mt 19.16-22). Esse episódio retrata com clareza o dilema da dualidade gerando desengajamento. No esforço de manter uma vida compartimentalizada e dual, o jovem devoto e justo na observância das leis renuncia a um relacionamento íntimo com Jesus. Prefere se distanciar, eventualmente mantendo-se fiel ao seu elevado padrão de conduta, mas triste por não ser capaz de atender ao chamado do Mestre “porque tinha muitos bens”. Que sejamos inspirados e desafiados a viver de forma impactante neste mundo. Que

Propósito e significado eternos às finanças pessoais

finanças pessoais com propósito eterno

Falar a respeito de nossas finanças pessoais é reconhecidamente um tema complexo, pois envolve falar de dinheiro e de sua influência sobre os nossos hábitos, anseios e temores. De fato, a nossa relação com o dinheiro tem a incrível capacidade de revelar traços de nosso caráter e, mais, de forma clara e muitas vezes surpreendente, informar a respeito de nossa relação com Deus, o Criador de todas as coisas, e a quem todas as coisas pertencem (Sl 24.1). Quando nos dispomos a falar sobre dinheiro, e sobre o lugar que ele ocupa em nossa vida, naturalmente nos expomos a alguma vulnerabilidade. Isso porque o dinheiro está relacionado a aspectos muito mais íntimos de nossa existência. Ele está diretamente conectado às questões do coração, entendendo o coração humano como sendo a essência do que somos, englobando mente, afeições e vontade. O rei Salomão, com toda sabedoria, nos exorta: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23). Talvez daí surja a dificuldade em torno do tema, pois a nossa relação com o dinheiro pode ser bastante reveladora em relação às nossas paixões, prioridades e motivações. E o nosso comportamento sempre seguirá à risca o que as nossas crenças e visão de mundo nos indicam. Experiências traumáticas e frustrações podem se refletir de formas variadas quando lidamos com dinheiro. Por exemplo, gastos compulsivos podem ser a válvula de escape para o esforço de superar carências ou para manter as aparências de que tudo vai bem. Ou por outro lado, o medo de um futuro incerto, ou o desejo (e a ilusão) de se controlar o incontrolável, podem resultar na mesquinhez de quem acredita que “poupar” cada centavo será a solução para todas as dúvidas que o futuro possa trazer. Em ambos os casos, fica clara a necessidade urgente de um entendimento verdadeiro e bíblico sobre o papel do dinheiro em nossa vida. A influência negativa que o dinheiro pode causar sobre o coração humano não é exclusividade dos nossos dias. Já nos tempos antigos, Jesus nos alerta sobre o perigo de tentar servir a dois senhores, a Deus e a Mamom (Mt 6.24). Da mesma forma, o apóstolo Paulo ressalta que o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal, ao ponto de levar pessoas a se desviarem da fé (1Tm 6.10). Essa é a dinâmica nefasta, engendrada pelo inimigo, para que através das falsas promessas baseadas naquilo que o dinheiro pode oferecer, o ser humano criado à imagem e semelhança de Deus tenha sua identidade distorcida e deturpada. A busca por controle, influência e status, entremeada por vergonha e culpa, e muitas vezes sustentada por injustiça e exploração, descreve um padrão de comportamento dominado pelo amor ao dinheiro. Comportamento esse que pode assumir diferentes formas, desde as mais sutis e politicamente corretas até as mais reprováveis sob a ótica do amor ao próximo e justiça social. Finanças pessoais com propósito e significado eternos Mas como nos manter livres e seguros desta estratégia maligna que rege o comportamento e os costumes deste mundo? Certamente uma transformação em nosso modo de pensar e entender o dinheiro se faz necessária, para que experimentemos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus em torno de um tema tão central em nossas vidas. A aplicação prática de princípios de mordomia cristã por meio da elaboração e execução do planejamento financeiro pessoal nos permite desenvolver uma perspectiva renovada sobre o uso do dinheiro que nos leve a expandir os nossos círculos de compaixão e generosidade. Esse é o ponto de partida para que as conversas sobre as nossas finanças pessoais sejam permeadas de propósito e significado eternos, e não mais por medo, orgulho ou mesmo vergonha! Uma reflexão mais profunda sobre o papel do dinheiro, que esteja alinhada aos princípios da mordomia cristã, contribui para a definição de planos e projetos pessoais que honram a Deus em sua essência. Não há nada que nos encoraje mais em relação ao uso de nossos recursos do que colocar à disposição do Senhor os recursos que são do Senhor para a realização dos propósitos do Senhor em nossas vidas. Essa é a aplicação prática do conceito de mordomia cristã. O estabelecimento de projetos e objetivos no contexto da mordomia cristã tem a capacidade de lançar fora o medo e promover segurança e tranquilidade na condução das nossas finanças. Essa prática nos leva a um lugar de dependência do Senhor para a realização dos projetos que são dEle, e para os quais Ele mesmo alocará a porção exata dos seus recursos infinitos, necessários para sua realização. Outro benefício de uma vida bem planejada é a melhor utilização dos recursos sob a nossa responsabilidade, sem desperdícios ou ausência de propósito definido. Lançar mão de um orçamento bem ajustado que nos dê referência para os gastos no presente e no futuro, é uma das práticas mais efetivas no exercício diário da boa governança financeira, servindo de proteção ao nosso coração contra as investidas insidiosas do inimigo. A transformação radical em suas finanças pessoais promovida por uma visão redentora a respeito do dinheiro será efetivamente percebida quando o exercício da generosidade for inserido de forma intencional e planejada em nosso orçamento. Uma vida financeira bem planejada potencializa a nossa capacidade doadora, e nos reposiciona estrategicamente como instrumentos úteis a serviço do Reino para impactar e fazer avançar a causa de Cristo em nosso tempo. A Bridgen pode te auxiliar nessa jornada. Fale conosco. Fabio Marques, CFP® é casado com Alessandra, pai de quatro filhos e sócio fundador da Bridgen Planejamento Financeiro. Acredita no poder transformador do planejamento de vida que, a partir de uma renovada abordagem das finanças pessoais, é capaz de pavimentar o caminho rumo a uma vida plena e abençoadora. Artigo originalmente publicado na Revista Ultimato.

Planejamento Financeiro em Tempos de Crise

Planejamento financeiro em tempos de crise

Planejamento Financeiro em Tempos de Crise. Como é difícil falar sobre dinheiro! Ainda mais em tempos de crise. Falar a respeito de dinheiro nunca foi fácil, ainda mais em tempos de crise como a que atravessamos neste exato momento. Numa pesquisa realizada nos Estados Unidos[1], quando perguntadas sobre qual tema do dia-a-dia tinham maior dificuldade para conversar, 44% das pessoas entrevistadas responderam “finanças pessoais”! Outros temas como morte, política e religião registraram percentuais inferiores deixando claro que o tema “dinheiro” merece uma atenção especial. O fato é que o dinheiro está relacionado a aspectos muito mais íntimos de nossa existência. Podemos dizer que o dinheiro está diretamente relacionado às questões do coração, entendendo o coração humano como sendo a essência do que somos, englobando mente, afeições e vontade. Talvez daí surja a dificuldade natural em torno do tema, pois a nossa relação com o dinheiro pode ser bastante reveladora em relação às nossas paixões, prioridades, motivações. Experiências passadas, traumas e frustrações podem se refletir de formas variadas quando lidamos com dinheiro. Gastos compulsivos, no intento de superar carências ou de manter as aparências de que tudo vai bem. Ou o medo de um futuro incerto, ou o desejo (e a ilusão) de se controlar o incontrolável, que leva à mesquinhez de quem acredita que “poupar” cada centavo será a solução para todas as dúvidas que o futuro pode trazer. Tempos de crise tornam ainda mais agudo o desconforto emocional causado pela incerteza, insegurança e medo em torno de tudo aquilo que a nossa condição financeira pode representar. Como reagir a essa potencial pressão e onde encontrar um porto seguro, critérios sólidos e bem fundamentados para as nossas decisões financeiras? Vou usar uma comparação entre o termômetro e o termostato para ilustrar o que acredito ser um primeiro passo importante para nos posicionarmos diante dos desafios que os tempos de crise impõem. Veja que o termômetro é um instrumento caracterizado pela sua passividade. Para que ele informe a temperatura, basta que ele repouse inerte e assim teremos as medidas de frio ou calor no ambiente. Ele também acompanhará qualquer alteração da temperatura no local. Diferentemente, o termostato é o instrumento que nos permite definir a temperatura. Sua função é imprescindível para diversas atividades, desde experimentos químicos complexos (incluindo os gastronômicos) até a manutenção de uma temperatura agradável da sala de espera de um consultório médico numa tarde de verão. A questão sobre aceitar passivamente as influências externas ou posicionar-se frente a elas, de forma intencional, é central para encararmos os desafios impostos pela crise a partir da compreensão sobre o que está sob o nosso controle e o que não está. Vale a pena, portanto, listar princípios básicos da boa gestão e planejamento financeiro que, se praticados diligentemente, resultarão numa base sólida e duradoura para sua vida financeira. Tais princípios reduzirão significativamente a incerteza e o medo atrelados à volatilidade tão comum nos momentos de crise e solavancos econômicos, pois lhe permitirão tomar as rédeas de sua vida financeira e reorientá-la com base em seus valores e propósito de vida. Princípios básicos do Planejamento Financeiro para tempos de crise O primeiro princípio básico é gastar menos do que você recebe. Pode parecer irritantemente óbvio, mas posso lhe assegurar que esse é o desvio de comportamento financeiro mais comum verificado entre as famílias que buscam auxílio de um profissional de planejamento financeiro. O descompasso crônico entre receitas e despesas conduz inevitavelmente a uma situação de endividamento financeiro. Este é o segundo princípio básico da boa gestão financeira: evite dívidas. O sábio rei Salomão alerta para o perigo das dívidas, comparando o devedor a um escravo: “Assim como o rico domina sobre o pobre, quem toma emprestado se torna servo de quem empresta” (Provérbios 22:7). Em terceiro lugar, mantenha uma reserva de liquidez. Veja que a constituição de uma reserva financeira só será possível se você for capaz de gerar margem, ou seja, gastar menos do que recebe. É recomendável que este recurso seja mantido em investimentos de alta liquidez. Rentabilidade é importante, mas para esse propósito específico é fundamental que os recursos sejam facilmente disponibilizados mediante eventuais necessidades. Também é fundamental que você estabeleça os seus objetivos de longo prazo. Quais são as suas “linhas de chegada”? Estabelecer, formalizar e alocar esses objetivos na linha do tempo definirá o ritmo de sua vida financeira e trará clareza e segurança para suas decisões em momentos de crise. Esse é um dos papéis fundamentais de um planejador financeiro pessoal, que poderá auxiliá-lo na estruturação deste projeto de vida. E por fim, mas não menos importante, cultive a prática de generosidade. Inclua, de forma intencional, esse tema tão relevante em sua agenda financeira. A crise é real e afeta a todos nós, mas o exercício da generosidade não é exclusividade dos mais abastados, e definitivamente não se limita a aspectos financeiros. Nós, da Bridgen Financial Planning, promovemos uma nova abordagem para o planejamento financeiro pessoal, onde a prosperidade material é apenas um meio, e não um fim em si mesmo. Acreditamos que a nossa riqueza é multiplicada quando compartilhada intencionalmente com quem mais necessita, e que o planejamento financeiro é a ferramenta essencial para catalisar um círculo virtuoso de generosidade e impacto em nossa sociedade. Se você quiser saber mais a respeito dos benefícios do Planejamento Financeiro Pessoal, por favor entre em contato conosco pelo e-mail contato@bridgen.com.br. Será um prazer conhece-lo(a)! [1] Wells Fargo Financial Health Survey 2013    

Estabelecendo as suas Linhas de Chegada

Estabelecer linhas de chegada no seu plano de vida

Estabelecendo as suas Linhas de Chegada O que as corridas de Fórmula 1 nos ensinam sobre o Planejamento de Vida Lembro-me como foi emocionante assistir ao último Grande Prêmio Brasil de F1 em novembro passado (2019)! Confesso que já fazia um bom tempo desde a última vez que me acomodei num sofá para acompanhar um Grande Prêmio de cabo a rabo. Acho que, como muita gente, acabei perdendo o interesse pela modalidade desde a trágica, súbita e precoce interrupção da carreira do nosso inesquecível Ayrton Senna, há 26 anos atrás. Aliás, um elemento adicional ao pacote GP Brasil em 2019 foram as várias homenagens prestadas ao nosso tricampeão e que trouxeram de volta à memória as manobras arrojadas, a técnica e ousadia nas pistas molhadas, as vitórias épicas… Quem não se emociona até hoje ao rever as cenas da vitória em Interlagos, em 1991, quando o Senna teve que conduzir o carro com apenas uma marcha nas últimas quatro voltas da corrida! Terminou a corrida exausto e quase não teve forças para erguer o troféu. Mas para quem venceu a prova como ele venceu, não cumprir o ritual da vitória e deixar de brindar o público no lugar mais alto do pódio não era uma opção! Ergueu o troféu como um herói e o seu gesto continua nos motivando e nos emocionando até hoje! E para falar em Linhas de Chegada no contexto do seu planejamento de vida, o cenário da Fórmula 1 me parecer ser um paralelo perfeito. Cruzar a linha de chegada e contemplar a bandeira quadriculada tremulando a sua frente é o grande objetivo de qualquer piloto! Não fosse por um objetivo claro, bem definido, pensado e planejado (cruzar a linha de chegada), todo o esforço e recursos envolvidos na preparação e na execução ao longo da corrida não fariam qualquer sentido. Na F1 – Fórmula 1 isso é muito claro, mas em nosso contexto de vida e planejamento financeiro a definição de objetivos, ou das Linhas de Chegada, pode não ser tão simples assim. Como pensar em Linhas de Chegada, em objetivos claros e específicos relacionados à nossa qualidade de vida e à nossa capacidade de acumulação de patrimônio financeiro e não financeiro, se vivemos num mundo que nos pressiona incessantemente para o consumo desenfreado onde o céu é o limite (“go infinity, and beyond!”)? E assim as Linhas de Chegada parecem se mover para lugares cada vez mais distantes e inatingíveis, ao sabor dos modismos e das últimas tendências impostas pela mentalidade do TER em detrimento do SER. Pois bem, mais uma vez o convite para a reflexão do papel do dinheiro em nossas vidas é inevitável. E a pergunta central e por vezes incômoda é “o quanto é suficiente?”. O estabelecimento das nossas Linhas de Chegada sugere uma conversa franca e honesta sobre o quanto julgamos ser suficiente para a manutenção ou atingimento de patamares desejáveis de qualidade de vida. Obviamente, essa não é uma ciência exata, mas certamente nos fornece referências importantes para objetivos futuros a serem conquistados (lembra da bandeira quadriculada?). E como chegar às suas Linhas de Chegada? Voltando ao GP Brasil, ouvi dos comentaristas que esse foi disparado o GP mais emocionante da temporada! Quanta estratégia, trocas de pneus, alternância de posições e, no final o inesperado… a colisão entre as duas Ferraris! Fico imaginando a complexidade do planejamento para cada corrida: quais os pneus ideais para cada momento da prova; quantas paradas nos boxes; quanto combustível… E a equipe de apoio? Quem é responsável pelo quê? Quais os sistemas de telemetria… E se… chover? Estourar um pneu? Como fica a segurança do piloto? Tudo isso e muito mais para garantir que o objetivo final seja alcançado (olha a bandeira quadriculada aí de novo!). Assim é o verdadeiro planejamento financeiro pessoal, que além de auxiliar na definição dos objetivos de vida (Linhas de Chegada), se preocupa em desenhar a estratégia adequada para que a jornada seja concluída com sucesso, a despeito dos eventos inesperados e acidentes de percurso, uma vez que estes terão seus efeitos minimizados por uma boa e responsável gestão de riscos. Aposentadoria, a compra de um imóvel, a troca do carro, a educação dos filhos… Como quantificar objetivos como esses, e como definir estratégias que vão desde uma gestão responsável e intencional do orçamento, alocação de recursos em modalidades de investimentos financeiros alinhadas e coerentes com os objetivos estabelecidos e a formatação de um portfólio de seguros que garanta a tranquilidade e segurança diante das incertezas da vida? A resposta não é trivial, e certamente demanda não apenas competência técnica, mas também uma relação de confiança mútua e alinhamento de princípios e valores entre o profissional de planejamento financeiro e o cliente. Gostaria de encorajá-los a refletir sobre as suas Linhas de Chegada, sob a perspectiva dos princípios bíblicos de mordomia cristã e generosidade (“o quanto é suficiente?”). Lembrando da importância do planejamento financeiro frente às surpresas e incertezas ao longo da jornada. Pois assim é a vida… tão dinâmica, mas ao mesmo tempo tão bela e preciosa para não ser vivida e celebrada intensamente a cada minuto. Que seja assim então, bem planejada, repleta de propósito e significado eternos! Se quiser conversar mais a respeito, por favor não deixe de entrar em contato pelo e-mail contato@bridgen.com.br. Esperamos por você!    

Generosidade e as Fases da Vida Financeira

Generosidade em cada Fase da Vida Financeira

Generosidade e as Fases da Vida Financeira Considerando as fases de nossa vida financeira, há um momento mais apropriado para exercitarmos a generosidade? E quais são os riscos de se esperar pelo momento ideal e perder oportunidades valiosas de impactar a nossa sociedade e transformar vidas desde já? Uma visão renovada do Planejamento Financeiro Pessoal pode ajuda-lo(a) a lidar com esse dilema.   Há alguns dias atrás fui desafiado por um amigo a escrever e registrar os meus pensamentos sobre o exercício da generosidade ao longo das diversas fases que caracterizam a nossa vida financeira. Achei interessante o desafio e quero convidá-lo(a) a refletir comigo sobre o tema. Afinal, há diferentes formas de se praticar a generosidade dado o seu momento de vida, ou a generosidade é um conceito que se sobrepõe às circunstâncias, e que, portanto, deveria pautar e não ser pautada pelas fases da vida financeira? Segundo Marcos Silvestre[1], podemos entender as fases de nossa vida financeira com base nos seguintes intervalos temporais: 1) De 0 a 25 anos: Fase da Capacitação; 2) De 25 a 35 anos: Fase da Construção; 3) De 35 a 45 anos: Fase da Conquista; 4) De 45 a 60 anos: Fase da Consolidação; 5) De 60 a 80 anos: Fase da Superação, e 6) Acima de 80 anos: Fase da Contemplação. Não há dúvidas quanto à importância de se identificar com clareza quais as principais características de cada uma destas fases, e como devemos nos planejar para enfrentar os desafios inerentes a cada uma delas. Vamos então, de forma direta e objetiva, entender os seus principais elementos e então relacioná-los com o exercício da generosidade. Na Fase da Capacitação (0 a 25 anos), o aprendizado e o acesso a informação são fundamentais. Nessa fase é quando uma estrutura de conceitos, visão de mundo e hábitos é criada, e por consequência, são estabelecidos os traços básicos da formação do caráter. Começar bem faz toda a diferença! Quantos não desejam ter tido a oportunidade de recomeçar… “Ah se eu pudesse voltar no tempo e colocar em prática tudo o que vida me ensinou ao longo dos anos!” Neste sentido, assim como a boa informação e formação sobre conceitos financeiros e bons hábitos de gestão orçamentária, a inclusão da generosidade na agenda da capacitação, particularmente nessa fase inicial da vida financeira, será determinante para o desenvolvimento de uma atitude correta e positiva em relação ao dinheiro. Deixar de incorporar o exercício intencional da generosidade é o grande risco nesta fase da vida financeira, pois certamente muitos outros fatores competirão diretamente pela utilização do dinheiro nas fases futuras, tornando ainda mais desafiadora a sua inclusão na pauta do planejamento e gestão financeira cotidiana mais para frente. Um bom exemplo da competição pelos seus recursos financeiros é percebido na Fase de Construção (25 a 35 anos). Aqui você provavelmente viverá momentos intensos, que naturalmente serão acompanhados das decisões mais importantes de sua vida. O casamento, a definição de uma trajetória profissional, a crescente clareza sobre os seus objetivos de vida a mais longo prazo, e obviamente, a pressa quase que indomável para realiza-los. A tentação pelo consumo e desfrute imediato daquilo que o dinheiro consegue lhe proporcionar acrescentam um risco adicional às suas finanças: o endividamento. Num momento onde o foco de sua vida financeira tende a estar tão direcionado aos seus próprios objetivos e necessidades (muitas vezes em níveis muito superiores ao que realmente precisa!), como encaixar a prática da generosidade? Talvez essa seja a fase em que você mais será tentado a pensar que não há ninguém no mundo com necessidades maiores que as suas… o que um olhar rápido e honesto ao seu redor facilmente indicará o contrário. Ah, a Fase de Conquista (35 a 45 anos)! Essa fase tende a ser marcada pelo atingimento de sua maturidade profissional, e provavelmente você se perceberá no auge de sua capacidade de geração de riqueza. A experiência já acumulada e a energia e disposição para seguir conquistando objetivos colocam você numa posição privilegiada. A essa altura, você já terá um padrão de qualidade de vida bem definido e provavelmente já terá conquistado alguns de seus objetivos de vida mais relevantes: um imóvel próprio, o seu carro, e até mesmo viagens a lugares dos sonhos de seus tempos de faculdade. No entanto, alguns desafios ainda estarão presentes e, com o passar dos anos, se tornarão cada vez mais importantes e necessários (e mais caros!): o seu plano de saúde e o seu seguro de vida. Sem contar a aposentadoria, que mais do que nunca, passa a ser parte de suas prioridades na alocação de suas reservas financeiras. Veja como fase após fase, a competição pelos seus recursos cresce e o espaço para o exercício da generosidade se estreita. Mas ainda temos um caminho a percorrer. O intervalo de 45 a 60 anos marca a Fase da Consolidação, quando alguns novos elementos (e riscos) passam a tomar sua atenção. E se eu perder o emprego? E se a poupança acumulada não for suficiente? E se eu tiver que abrir mão do padrão de vida atual? Sem contar com os gastos extras que os filhos podem representar nessa fase, com viagens de formatura, casamento, faculdades no exterior, etc. Motivos não faltarão para você assumir uma postura cautelosa em relação ao futuro… e colocar o exercício da generosidade em segunda, terceira, quem sabe quarta prioridade em sua agenda financeira. Dos 60 a 80 anos estaremos na Fase da Superação. Assim como na Fase de Construção, talvez essa etapa da vida financeira ofereça uma das mais drásticas transições em relação ao ritmo de atividades, hábitos e prioridades. É o momento de desacelerar pra valer. O sentimento de missão cumprida acompanha a necessidade de manter-se ativo, notadamente através de iniciativas que privilegiem o compartilhar das ricas experiências acumuladas. Finalmente o legado financeiro passa a visitar a pauta de suas prioridades e, ações de caridade e ajuda ao próximo já não soam tão descoladas de sua realidade. A passagem para a Fase